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Para o meu filho Xavier... (Parte 1)

Atualizado: 14 de nov. de 2019

Estou há dias confinada a uma cama, é super comfy, a sério, mas é um tédio! Primeiro porque a questão das camas é que chega a um ponto em que o nosso corpo se molda ao colchão e só nos restam duas opções:


1. Mil voltas na dita cama até se encontrar uma posição confortável;

2. Levantar da cama.


No meu caso a segunda opção é mais complicada.

Ter uma maldita hérnia, (já disse que era maldita?), alojada na zona lombar esquerda a pressionar o nervo ciático não é nada simpático...

É horrível mesmo, desculpem o discurso de lamento, mas é a realidade.

Depois estar deitada é um suplício, já referi isto, não já?

Mas sinto o mesmo estando em pé.

Sentada então... Dois segundos passados dá-se-me uma dor arrepiante que começa na anca e termina na pontinha dos pés, os quais se encontram dormentes há mais de 3 semanas. E é assim... Eu tive um filho. Tive contracções. Sofri uma bequita. Não é igual. Não é comparável, mas é parecido.


A sensação é que me estão a puxar todos os músculos, nervos e o que possa mais existir dentro desta perna. É só uma tortura.


Medicação...

Ao ínicio era Benuron, que é como o melhoral, não faz bem, nem faz mal, mas como amamentava não havia grande hipótese. Depois a médica mandou-me tomar Brufen... Igual ao litro.


No primeiro dia que fui às urgências, depois de 8 horas de espera com uma pulseira amarela, ninguém me examinou, ninguém pediu um Raio X... ''Está a amamentar?'' ''Estou sim.'' ''Não há grande coisa que possa fazer por si.'' epá sim, eu até entendi, mas não me pedirem um exame? Deram-me uma injecção de Voltaren... que não é lá grande espingarda para quem está a amamentar, mas ok, vai-se lá entender...


Segunda ida às urgências.

Fui o caminho no carro convencida que tinha de abdicar da amamentação...

Doía-me o coração, juro, como nunca me tinha doído; mas as dores eram cada vez mais fortes, mais insuportáveis e sabia que para que pudesse cuidar do meu filho tinha de ficar bem, não podia estar assim.

O médico que me assistiu, coitado, tinha mais sono que o meu filho tem quando não dorme a sesta da tarde e vira um gremlin! Lá me deu uma medicação p'ra veia que nunca cheguei a perceber bem o quê! Ia desmaiando em plena sala aberta e tive de ficar numa maca deitada, com uma moca de sono parecida à do médico, até a medicação terminar.

A dor continuava.

O médico queria dar-me morfina. Rejeitei.

Tinha feito uma reacção à dita após ter tido o Xavier no hospital que me deixou mais inchada que uma hipopótama e tinha comichão por todos os poros do meu corpo.


Pensei... Isto vai passar...


Qual quê!


3ª ida ás urgências, contorcia-me com dores...

Na triagem...

''está com muita dor?''

''estou''

''na última vez que aqui esteve não lhe mandaram fazer um Raio X?''

''não Sr. Enfermeiro''


Ora posto isto... Pega lá uma pulseira verde para ires fazer um Raio X de uma vez, mesmo que mal te aguentes em pé!

Foi preciso levantar o tom de voz, para me trocarem a cor da pulseira.

Naquele momento só queria que me tratassem a dor.

O médico deu-me um comprimido que pelo que entendi é assim um bicho papão devido aos seus componentes e efeitos secundários, blá blá blá... Nolotil. Lá fiquei uma horinha deitada numa maca e a dor abrandou. Não me passou o dito medicamento, acabei por não fazer qualquer exame e deu-me alta.


Entretanto lá a médica de família (que é uma santa, diga-se de passagem), pediu-me que fizesse um Raio X e uma TAC.

A cena é que marcar um pute de um exame neste país é como encontrar uma agulha num palheiro... Metem-nos a ouvir aquela música clássica super cute e de 2 em 2 segundos ouvimos ''a sua chamada é importante para nós, por favor não desligue''. Numa das vezes tive quase 15 minutos nisto. É de uma pessoa perder a paciência, não é? Ou estou simplesmente a ser egoísta ou arrogante?

Fartei-me e tive a sorte de me atenderem de uma outra clínica e conseguir marcar o Raio X para um data relativamente rápida. Mais sorte ainda tive por ter tido uma cunha num outro local para conseguir realizar a TAC, caso contrário, só dia 30 de Novembro!


Deixem-me só que vos diga que esta história começa em finais de Setembro, inícios de Outubro...


E deixem-me só que vos diga que este post já se está a alongar e provavelmente a maior parte de vocês já desistiu a meio...


A verdade é que toda esta falta de noção, organização e excesso de burocracia está já a

deixar-me sem palavras...


Prometo continuar...


Mas uma coisa é certa.


Ser ou estar doente neste país é ser refugiado dentro dele!


Ps: O título deste post (que terá vários capítulos), pode não vos fazer sentido agora, mas terá, prometo que a medicação só me deixa grogue, ainda não me deixa totalmente doidinha!


Fiquem por aí!



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