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Para o meu filho Xavier... (Parte 3)

Esta saga do "para o meu filho Xavier..." vai chegar ao fim, juro! Mas até lá há que dar sentindo a este título que escolhi para vos escrever enquanto espero pela minha operação. Sempre sonhei ser mãe.

Senão fosse pelos caminhos que a minha vida tomou teria gostado de ter sido mãe mais nova. Quis o destino que o fosse com 28 anos e com alguém que considero, não só o grande amor da minha vida, mas também o melhor companheiro que poderia para ter a meu lado. O Xavier foi um bebé meio planeado...

Acho ridículo esta coisa do "foi planeado?", e nunca soube muito bem responder a esta questão quando me a colocavam... Mas acho que sim, que foi! Mas antes de mais, foi desejado... Muito desejado! Ambos tínhamos este sonho e basicamente pensámos "não existem momentos certos" e fomos com tudo aos treinos. Se fosse hoje, sabendo o que sei, e estando a nossa vida tão virada do avesso, talvez repensasse, mas ainda assim, nada paga o amor que o Xavier trouxe às nossas vidas. 9 meses depois + 6 connosco fora da barriga, ele está cá, um sorridente por natureza, amoroso, bem disposto e birrento para adormecer.


Enquanto estive grávida, pensava muitas vezes no facto das coisas irem mudar.

Acho que só me caiu a ficha quando o vi pela primeira vez.

''ok, és meu.''

''ok, sou responsável por ti.''

''ok, vou amar-te, proteger-te e cuidar de ti.''

Percebem onde isto está a chegar, certo?


A minha vida mudou desde que ele chegou.

A nossa vida mudou.

É inevitável.

É um choque gigante ao início, mas a cedência é quase que automática e muito natural. Desde que as dores surgiram a minha mãe teve de vir ao nosso auxílio.

As minhas dores dia e noite não me permitiam sequer ter controlo sob mim própria quanto mais sob um bebé de 5 meses que é totalmente dependente?!

Tem sido duro.

Posso dizer que nunca nada me doeu tanto na vida como o facto de não poder cumprir o que lhe prometi quando o nosso olhar se cruzou a primeira vez.


Devido à medicação tive de abdicar da amamentação.

Acho que ainda não estou muito conformada com isso, e embora eu ache que me custou mais a mim do que a ele, cá no fundinho, para mim, na minha cabeça, foi um quebrar de ligação que tínhamos... E por isso digo que ainda não me conformei.


No meio de tudo isto tenho sorte, mais uma vez.

Mais uma vez tenho sorte e não me posso andar aí a queixar à toa, a não ser desta espera que me mata a cada dia que passa.


Saber que preciso ser operada para poder voltar a ser a mãe que o Xavier precisa, e saber que isso poderá demorar meses dói como o caraças!

Ai dói, como dói.

Mas tenho sorte, tenho tanta.

Ele está num berçário fantástico e tenho o apoio essencial da minha mãe, pai, tia, irmãos, sobrinhos/as, sogra, sogro, cunhada e claro do pai do Xavi.

Tenho sorte e ele também.

Existem pessoas que o amam e que cuidam dele por mim.

Apesar de doer.

Um dia vou contar-lhe esta história.

E vamos rir-nos, tenho a certeza.

Por enquanto esperamos e repetimos vezes sem conta que "vai correr tudo bem"!


Tem de correr tudo bem!


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